A noite é uma criança. Esse é um ditado que no qual acredito muito. A noite foi ótima, mas temos que acordar para a realidade, ainda mais quando sua mãe não para de te ligar e já são 5:42 da manhã. Nossa, o tempo passou rápido, ainda mais quando você faz uma coisa que goste, ele passa mais rápido ainda.
Inglaterra, Londres; 14:25 PM.
"Acorda" era só o que eu ouvia além de batidas na porta. Abri lentamente meus olhos me acostumando com a luz que entrava no quarto. Um quarto muito familiar. Meu quarto.
Que merda - disse assim que senti minha cabeça latejar, odeio ressaca.
Me levantei da cama, que estava bagunçada, afinal quanto tempo dormi? Isso não importa, fui até meu banheiro, e olhei meu reflexo no espelho, ainda estava com a roupa de ontem. Suspirei. Mas tinha uma coisa a mais ali, um olho roxo. Como consegui esse olho roxo? Cabeça latejando e um olho roxo, minha mãe não vai gostar. Tirei minha roupa lentamente observando cada detalhe de meu corpo, se já estou com um machucado, quem garante que não tenha mais. Estava certa, um arranhão no braço. Senti lágrimas se formando, não iria chorar. Eu não choro.
Entrei no box, e o liguei. Senti a água gelada se encontrando com meu corpo, um corpo machucado. A água molhava cada parte de meu corpo. Fiquei ali durante uns cinco minutos. Peguei a toalha e me enrolei, definitivamente eu não me reconhecia mais. Fui até meu closet e dentre tantas roupas, me peguei olhando a sua blusa. Sua blusa preferida que ganhei. Ela estava em perfeito estado, até contia seu perfume lá ainda. Voltei para a realidade colocando um look simples, não pretendia sair de casa. Passei maquiagem para esconder o olho roxo, e espero ter conseguido.
Depois de ter me conferido umas mil vezes no espelho, para ter certeza de que não aparecia nenhum machucado, sai de meu quarto. Parecia uma estranha andando pelo corredor, estava mal, mesmo não querendo assumir, estava triste, decepcionada, magoada, uma lista de sentimentos. Qualquer coisa me lembrava a ele, que diretamente me fazia lembrar daquela cena horrível que presenciei. Suspirei assim que cheguei no pé da escada.
Encontrei minha mãe na cozinha, estava fazendo alguma coisa, ela era a única que me entendia, afinal, meu pai traia minha mãe, e assim que ela descobriu pediu o divórcio e mesmo não querendo demonstrar sentia falta dele. Sentia, não mais. Meu pai, mesmo aceitando o divórcio não desistiu de mim, até encontrar a minha madrasta, que o fez mudar de ideia e se esquecer de mim. Não sinto falta dele, mas as vezes tem aqueles momentos que no qual você precisa de um pai no seu lado.
Está ai a quanto tempo? - Minha mãe perguntou depois de ter percebido a minha presença ali
Pouco tempo - sorri fraco, que a fez sorrir para mim - Está fazendo o que?
Um sanduíche pra você - ela voltou a fazer o que estava fazendo.
Obrigada - disse simplesmente, estava ocupada viajando nas lembranças.
Harry não vai vir hoje ?? - perguntou me entregando o sanduíche.
Mãe, eu e o Harry terminamos - disse tão baixo quanto um sussurro.
O que ?? Por que ?? - ela perguntou meio assustada e com pena.
Ele - suspirei - Ele me traiu - disse olhando para meu sanduíche.
Oh filha, me desculpe - se sentou a meu lado, e me abraçou, foi um abraço de grande importância, pois sei que com ela posso confiar.
Não se desculpe, você não sabia - me segurei para não chorar.
Olha, eu vou ter que ir trabalhar, mas se você quiser eu tiro o dia de folga - ela disse preocupada comigo.
Não precisa, eu vou ficar bem - sorri fraco.
Tudo bem - ela pegou a bolsa e foi a caminho de seu trabalho.
É, sozinha de novo Aria.
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